BURRO OU MAL INTENCIONADO


Por Danilo Rizzo - Tenho assistido com resignação as notícias sobre a sucessão presidencial deste ano, e um aspecto continua me chamando bastante a atenção: mais do mesmo! Parece que estamos satisfeitos com o que estamos vendo e tendo, e utilizaremos essas eleições de forma assertiva, para confirmar que estamos realmente satisfeitos.
A cada publicação de pesquisa de intensão de votos, os nomes que encabeçam a lista são Bolsonaro, Haddad, Marina Silva, Ciro Gomes, Alckmin, e Álvaro Dias. Vou me segurar às poucas crenças que tenho de que a lei vale alguma coisa nesse país, e excluí Lula dessa lista. Porque se passarem por cima da Lei da Ficha Limpa para torna-lo elegível, estaremos diante de problemas MUITO maiores.
Pois bem, as manifestações populares clamando por mudanças que transformaram 2013 num ano emblemático para a história do Brasil, não teve sua contra partida nas urnas. O ano terminou com a reeleição de Dilma, e com a barca afundando mais ainda. O clamor popular não mudou, aliás, aumentou. Veio a Operação Lava Jato para expor o que todos sabíamos, mas não podíamos provar. Nunca se falou tanto sobre ética. O povo está revoltado e faminto por evolução. Só se fala em mudar tudo, em refundar a República, em não reeleger ninguém, em expurgar a velha política, etc., etc., mas as intensões de voto da população mostram justamente o contrário. Mostram que nosso próximo presidente será um político de carreira, que tem ou teve mandato, e que pertence a velha política. Convido vocês para uma rápida reflexão sobre os nomes que citei acima:

Jair Bolsonaro: Elegeram-no vereador no RJ em 1988 e deputado federal em 1990, função que ‘exerce’ até hoje. Curioso ver que desde 88, Bolsonaro foi filiado a 9 partidos diferentes.

Fernando Haddad: Desde 2001 envolvido com política, sendo chefe de gabinete numa das secretarias municipais de SP durante a gestão de Martha Suplicy. Depois foi Ministro da Educação de Lula e prefeito de SP.

Marina Silva: Filiou-se ao PT em 1985 e elegeram-na vereadora em 1988. Desde então foi deputada estadual, depois senadora e por fim Ministra do Meio Ambiente de Lula. A partir de então passou a ser congelada por períodos quadrienais, e descongelada às vésperas dos pleitos presidenciais.

Ciro Gomes: Elegeram-no deputado estadual em 1983, depois foi prefeito de Fortaleza, governador do estado do Ceará, Ministro em duas ocasiões e então deputado federal.

Geraldo Alckmin: Começou em 1976 sendo eleito prefeito de Pindamonhangaba/SP, depois deputado estadual, deputado federal, vice-governador de SP, depois governador de SP por dois mandatos, então prefeito de SP, e novamente governador de SP por dois mandatos.

Álvaro Dias: Eleito vereador por Londrina/PR em 1968. Depois foi deputado estadual, deputado federal, senador, governador do PR, e novamente senador representando aquele estado.

Não farei juízo de fato, mas, de fato, as chances de um desses seis não ser nosso próximo presidente são poucas... Muito poucas! E, neste cenário, as chances de termos mudanças no país são ainda menores, correto? Porque pessoas que fazem parte do ambiente político por tanto tempo querem, logo agora, mudar alguma coisa? Quem passa duas, três, quatro décadas no mesmo lugar e não faz nada para melhora-lo? Quem passa tanto tempo num ambiente promíscuo como nossa politica e não denuncia nada nem ninguém ou tem rabo preso, ou está pouco se importando com o bem comum. E os eleitores que apoia esses nomes, idem.
Falamos sobre isso no passado, nos artigos OS POLÍTICOS NÃO SÃO O OPOSTO DA SOCIEDADE e POLÍTICO PROFISSIONAL OU POLÍTICO VOLUNTÁRIO. Vale a leitura, especialmente para resgatar o racional de quem escreve nesse blog.
Infelizmente devo dizer que nada vai mudar, porque nós não mudamos. Continuamos vivendo por instinto, insanos. Parafraseando Albert Einstein, “insanidade é fazer a mesma coisa várias vezes e esperar resultados diferentes.“... E parafraseando-o novamente, “duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana; e eu não tenho certeza sobre o universo.”.

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