O TIRO SAIU PELA CULATRA...

...e acertou a cara do cidadão!

Por Gerson Moyses - No artigo ESTELIONATO ELEITORAL OU SALVAMENTO DA GALINHA DOS OVOS DE OURO?, publicado neste Blog em 30/11/2014, afirmei que a opção do atual governo de adotar uma política econômica chamada de ‘antirrecessiva’ ou ‘anticíclica’ (que visou oferecer renúncia fiscal para vários setores da economia, fazer aportes em bancos públicos para conter os juros ao consumidor, oferecer muito crédito para estimular o consumo e não estimular a produção) deu errado. E quem já está pagando a conta é o cidadão.
Imagem: 2.bp.blogspot.com
Desde o final do segundo turno, os governos vem nos trazendo surpresas desagradáveis. Bem, vamos analisar as causas e os efeitos dessas ‘maldades’:
O governo federal tentou um movimento de redução da taxa de juros em 2012. Mas isso foi feito com uma ‘canetada’, e logicamente não se sustentou. A partir de 2013 isso começou a mudar. Logo na semana seguinte às eleições, houve aumento da taxa Selic e na última reunião do Copom (em 22/1/15), um novo aumento.
O governo federal segurou o preço da gasolina, no período de alta do preço do petróleo, para artificialmente segurar a inflação. Isso gerou enormes prejuízos à Petrobras. O governo anunciou o aumento da gasolina na primeira semana após as eleições e na semana passada anunciou o aumento da Cide (tributo cobrado sobre o valor da gasolina e do diesel). Enquanto outros países reduzem os preços na bomba, devido à forte queda do preço do petróleo, nós aumentamos. Estamos na contra mão do mundo!
O governo federal derrubou o preço da energia elétrica, na marra, em 2012, resgando contratos. O consumo aumentou. Porém, isso aconteceu no período de estiagem, o que exigiu o uso das usinas térmicas, que são mais caras. O governo passou a pagar parte das despesas para não aumentar ainda mais a inflação no período pré-eleitoral. O custo explodiu, e então o governo anunciou que vai transferir o rombo para o consumidor pagar. Estimativas dizem que a conta de luz deve subir mais de 30%. E para piorar, os reservatórios estão baixos, tornando praticamente certo apagões e racionamento.
O governo federal ofereceu redução de impostos para vários setores da economia, para tentar segurar a inflação e estimular o consumo. Agora, anuncia o fim do desconto sobre o IPI dos carros. Além disso, não aceitou o reajuste da tabela do imposto de renda e estuda aumentar o imposto pago pelos profissionais liberais.
O governo federal, após anunciar o slogan do segundo mandato: “Brasil, Pátria educadora”, anunciou mudanças nas regras do FIES, tornando mais difícil a obtenção do financiamento pelo aluno (o que fez despencar as ações das instituições de ensino na bolsa de valores). Além disso, anunciou cortes de 7 bilhões no orçamento do ministério da educação.
O governo federal não economizou nos benefícios sociais (o que é muito bom!). Agora dificulta a obtenção do seguro desemprego para quem mais precisa. Terá o benefício quem tem no mínimo 18 meses de trabalho (antes eram 6 meses).
Os governos estadual e municipal de São Paulo após as manifestações de 2013, congelaram as tarifas do transporte público. Mas, no início de 2015, anunciaram o aumento que já está em vigor.
O governo estadual de São Paulo, após negar a crise hídrica, agora começa a falar em ‘restrição hídrica’ (ou racionamento), e anuncia multa para quem consumir mais. Mas o mais grave é que ninguém anuncia um plano para tratar o gravíssimo problema que afeta a região sudeste.
Esses são os principais ‘presentes’ que os governos vem nos dando desde o fim do período eleitoral.
O eleitor acreditou nas promessas de que não haveria aumento dos juros, das tarifa e dos impostos; de que não haveria cortes na saúde, educação e nos benefícios sociais; de que não haveria recessão e desemprego; de que não haveria racionamento de energia elétrica e de água.
O eleitor também acreditou na promessa de manutenção do modelo econômico dos últimos quatro anos. E o governo deu uma guinada de 180 graus em seu discurso é adotou as mesmas políticas econômicas defendidas pela oposição.
Pois é, o eleitor literalmente caiu no conto do vigário! Caiu como um patinho nas promessas de campanha! Agora todos pagaremos a conta. Mas é urgente arrumar a casa, por que “não existe almoço grátis”. Porém, é inaceitável que esse sacrifício tenha origem num projeto de poder a qualquer custo, num modelo econômico equivocado e adotado deliberadamente, na falta de planejamento, no descontrole dos gastos, na maquiagem dos resultados e na corrupção.
O mais desanimador, é que estamos a caminho das eleições municipais de 2016, e tudo deve se repetir. O marketing político aliado à ideologia cega faz com que as pessoas acreditem numa propaganda enganosa, e tudo muda para se manter igual.

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