RETROSPECTIVA FILOSÓFICA 2014

Por Danilo Rizzo – O calendário cristão aponta que estamos nos últimos dias de 2014, e é inevitável avaliarmos como nos saímos no ano que se encerra. Mas, não vou fazer uma apuração dos meus altos e baixos... Afinal, a porra da vida e minha e vocês não tem nada a ver com ela, certo colegas? A esse respeito, o ano da graça de 2014, temos muito que falar.
Imagem: rachanfada.blogspot.com
Falar que, enquanto humanidade, erramos muito. Interessante perceber que, individualmente, aparentemente houve progresso, mas como grupo, ainda estamos a quem dos objetivos. Continuamos nos matando, das formas mais inusitadas possíveis, especialmente da forma mais desonesta que há: a via culposa. Eu explico.
Vivemos de forma sistêmica, nos organizamos enquanto sociedade e civilização de forma sistêmica, algo como o cosmos dos gregos. E por consequência, nossos atos, pensados ou não, refletem diretamente em nós mesmos e nos demais. Um exemplo disso é o consumo de droga. O pequeno baseado que será alegremente consumido por aquele médico plantonista no hospital da sua cidade, até chegar à mão de seu usuário, produziu uma cadeia de crimes inimagináveis. Sim, o cigarrinho tem uma fixa corrida extensa... Que será assumida por quem o consome. Mas é claro que vai? Afinal, o egoísmo e a falta de amor próprio financia a cadeia que escravizou o trabalhador rural que plantou e colheu a maconha, que pagou propina à Polícia Federal para que a droga passasse pela fronteira, que irá destruir o futuro do menino que vendeu a droga... E claro, o usuário também é cúmplice da morte do outro menino, aquele que morreu porque não conseguiu vender a droga.
E essa analogia vale para tudo... Para o furto de sinal de Tv a cabo, para o ‘cafezinho’ que você dá ao policial rodoviário que te parou na estrada, pelos artigos pirateados que você tem orgulho de ostentar. Não entendo qual o problema de se viver com o que se tem, ou se pode ter. Entendam, se você comete algum ilícito, qualquer que seja, você está afetando a vida de muita gente... Inclusive a minha, seu bosta!
Também ouvi muito falarem que temos que salvar o planeta. Confesso que por vezes eu ri do sofismo utilizada por quem tem interesse comercial em me vender algo que ‘é sustentável’ ou que ‘não agride o planeta’. Vamos lá, o planeta Terra existe há aproximadamente 4600 milhões de anos, e estimasse que o primeiro ser humano - homo sapiens – apareceu no que hoje é o continente africano há cerca de 200 mil anos, mas por questões evolutivas inexplicáveis, nós nos achamos mais importante do que algo que é incontavelmente mais antigo, e que temos a responsabilidade de salvar o planeta. Talvez seja porque a Terra não tem um iPhone 6, e você tem... Não é? Ora bípedes, a menos que Douglas Adams esteja certo, a Terra não vai desaparecer tão cedo. E nós? Nós sim, se continuarmos sendo como somos e agindo como agimos, a chance de dar merda é grande. Talvez deixarmos de pensar que precisamos salvar o planeta e entendermos que precisamos salvar a nós mesmos, pode ser interessante. Desafio lançado aos marqueteiros.
Um novo ano está aí e, mesmo entendendo que a madrugada entre 31/12 e 1/1 não é diferente de qualquer outra virada de mês, aproveitem o senso comum e a percepção social de que a data é diferente, e mude... se modifique nessa virada de ano. E caso você esteja sem tempo para pensar nisso porque ainda não comprou todos os presentes de natal, eu dou uma ajudinha... Que tal menos 7x1 a mais 70x7? Que tal menos flerte com o próximo e mais amai ao próximo? Que tal menos falsos testemunhos e mais orai e vigiai? Que tal menos minha vida e mais sua vida?
Feliz 2015!

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