OH LORD

Por Danilo Rizzo – Eis que uma das perguntas mais feitas na história da humanidade foi, enfim, respondida. Sim, bípedes, Deus existe. Não só ele existe, como aparentemente mora no Rio de Janeiro e exerce a função de juiz de direito.
Vocês já devem ter sabido da história do excelentíssimo Dr. João Carlos de Souza Correa, que, em 2011, parado numa blitz ao ser flagrado dirigindo um veículo sem placas identificadoras e sem a Carteira Nacional de Habilitação. A funcionária do Detran-RJ, Luciana Silva Tamburini, teria afirmado que o veículo deveria ser apreendido. O magistrado, incomodado, se identificou e ouviu da policial que “juiz não é Deus”. Deus, digo, o meritíssimo juiz, que chegou a dar voz de prisão a Luciana por desacato, é reincidente. Em 2009 ele foi parado noutra blitz porque usava um giroflex em seu carro. Mas a justiça foi feita... só que não. Pelo incidente de 2011, Luciana processo João Carlos e a decisão, já em segunda instância, condena a funcionária do Detran a indenização de R$ 5 mil ao magistrado.
Foto: facebook.com/endireitabrasil
Outros exemplos estão aí. Infelizmente vivemos cercados de Joões Carlos, vices trecos de sub troços que exercem cargos públicos e, ao invés de prestarem serviços à população, se utilizam da posição para viver acima da lei dos homens. Pobres diabos que abrem mão da humildade e pensam que são diferentes, melhores... pobres de alma.
Preciso dizer que a nossa nobre Luciana, não fez nada além de cumprir suas obrigações e aplicar a lei. E quando a lei é aplicada – de forma justa – em face a uma autoridade, o ato se reveste de um simbolismo, de um heroísmo. Daí a repercussão do caso. Porque, francamente, quem nunca quis colocar uma prepotente e arrogante autoridade no seu devido lugar?
Esse episódio me fez lembrar duas passagens espetaculares. A primeira delas, uma definição de quem somos, dada pelo professor Clóvis de Barros Filho. Diz ele que “somos um agenciamento atômico, em decomposição, indo do nada à lugar nenhum, e que por razões evolutivas, achamos que somos alguma coisa. ” Ótimo, não? Clóvis usa essa definição quando fala do pensamento do homem da idade média, sobre a vida e sua existência, etc.
A outra passagem é o vídeo a seguir, muitíssimo compartilhado nas redes sociais, de outro mestre, o professor Mário Sérgio Cortella. Deem um tempinho para ele explicar quem é você... quem sou eu... e quem são os Joões...

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