DIE PARTEI IST...

Por Danilo Rizzo - Ontem foi 15 de novembro, e comemorou-se 125 anos da assinatura de Marechal Deodoro da Fonseca, no manifesto proclamando a República no Brasil e instalando um governo provisório. Data simbólica, de desvencilhamento das amarras monarcas, foi usada, mais de um século depois, por milhares de pessoas, para mostrar insatisfação com o governo reeleito. Governo que, ao melhor estilo republicano, foi eleito pela maioria do povo apto a fazê-lo.
Percebo que as manifestações já não mais falam no separatismo como solução do problema. De fato, isso é algo que me conforta, pois, essa luta, essa específica luta por autonomia, nunca é factível politica e estatutariamente. Quando a conversa não resolve, o que resta é pegar em armas... e creio que a humanidade já se desenvolveu para não mais resolver seus conflitos assim. E o que dizer do contingente de pessoas que votar pró-governo... o que fazemos com elas? Queimamos? Extraditamos? Prefiro acreditar que tudo não passou de show off de mau perdedor.
foto: pt-br.facebook.com
Vi ontem um coro a favor do país, de sua bandeira, de sua identidade. Uma critica clara à ostentação do projeto de partido instituído nos últimos 12 anos, por aqueles que comandam o Brasil. A insurgência dos que não mais aceitam trabalhar para sustentar programas sociais eleitoreiros ou pagar impostos sem o devido benefício em retorno. Que não toleram o aparelhamento do poder judiciário, nem sua mutilação e silenciamento. Que não aceitam qualquer atentado à integridade institucional da imprensa livre e do acesso irrestrito aos conteúdos virtuais.
O clamor é por um projeto de país, e não do partido. Vibramos com as condenações dos políticos e articuladores do Mensalão. Vê-los na cadeia era um desejo centenário. Provamos o gosto da justiça, gostamos, e estamos sedentos por mais. A operação Lava Jato, da Polícia Federal, tomou ares de rolo compressor, e deixará rastros inevitáveis. E mais justiça virá, será inevitável. O povo irá moralizar a classe política. Seja qual for o mandatário supremo do Brasil, essa é a exigência. Não há mais espaço para o uso das classes pobres na imposição de ideologias fracassadas, ou a dilapidação das entidades públicas, ou o uso da máquina em benefício próprio, ou para alianças convenientes que afastem e país do eixo central político econômico mundial.
Audols Huxley escreveu que “A ditadura perfeita terá as aparências da democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão com a fuga. Um sistema de escravatura onde, graças ao consumo e ao divertimento, os escravos terão amor à sua escravidão”. Pois é, baby. Isso não vai mais acontecer.
Um aviso: Esqueçam Marx, esqueçam a ditadura do proletariado, esqueçam burgueses e operários. A bandeira do Brasil não é vermelha, não tem foice, nem martelo, nem estrela. Abandonem o projeto do partido, e trabalhem por um projeto de país.

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