CAMISAS MARRONS, VERMELHAS E AZUIS

foto: eleicoes.uol.com.br
Por Danilo Rizzo – Desde que transcendemos a ditadura militar, nunca houve uma temporada
eleitoral tão física como a de 2014, tampouco a palavra ‘correligionário’ caiu tão bem para definir quem entrou mais com o corpo do que com alma nessa história toda. Essas manifestações não são novas, vale citar que há cidades nos Estados Unidos cuja maioria republicana impede quaisquer expressões de democratas, homossexuais, latinos, etc. Outro bom exemplo foi o que ocorreu no período entre guerras na Alemanha, quando o então Partido dos Trabalhadores Alemães – que se tornaria depois o partido Nazista – tinha um braço paramilitar, os ‘camisas marrons’, cuja única função era garantir a segurança física dos demais membros do partido. Descer a mão nos comunistas era tão corriqueiro como assistir a novela com a patroa.
Sobre quem votarei amanhã, uma breve avaliação a respeito do modelo de país que gostaria que meus filhos vivessem, me fez decidir muito antes dos candidatos serem efetivamente candidatos. Posso dizer que votaria na mesma legenda qualquer que fosse o candidato indicado. E minha opinião não mudará, sob nenhum argumento. Eu vivo numa democracia... eu preciso ser respeitado! Minha opinião não pode ser assediada como uma garota usando um short indecente num baile funk. Em contra partida, não tento convencer ninguém, não sou tirano. Minha decisão é baseada na minha vida, nos meus princípios, nas minhas crenças, nas minhas necessidades. E não espero que a minha felicidade e projetos atendam e agradem a todos. Definitivamente não.
Mas a partir de segunda-feira, tudo volta ao normal. A eleição já era, e a vida continua... ela sempre continua. E eu me pego a pensar como é o day after dessas pessoas, essas que viveram demais o momento, que tentaram convencer todo mundo, que agrediram física ou verbalmente os outros que cometeram o crime hediondo de divergir de opinião.
Você deve ter aprendido na escola, que somos seres políticos, mas eu nunca coloquei política em minhas prioridades de vida. Não me entendam mal, eu gosto do tema, estudo, discuto, mas não é uma prioridade. Minhas prioridades são outras, como a história das pedras no vaso. As pedras grandes são as coisas realmente importantes na vida, nosso crescimento pessoal e espiritual. Se priorizarmos isso e nos mantivermos abertos para o novo, as demais coisas - seus relacionamentos familiares, amigos, as obrigações profissionais, os bens e direitos materiais e todas as demais coisas menores que completam a vida, se ajustarão por si só. Se preenchermos nossas vidas somente com coisas pequenas, com pedregulhos, com areia e água, as coisas realmente importantes como as pedras maiores, nunca terão espaço. E o que vocês acham que a política é, senão um mero pedregulho.
E não me venham dizer que esses fazem da política uma profissão! Trabalho é como uma bola de malabarismo, é de borracha. Se você soltar, ela bate e volta. As coisas importantes da vida – família, amigos, saúde e espírito - são como bolas de vidro, se cair, quebra, e nunca mais se apresentarão com a integridade de antes. Não vale a pena soltar as bolas de vidro só para não deixar cair a de borracha. Cuidado com o que disserem e fizerem amanhã, pois sempre haverá uma segunda-feira.

Comentários