OS POLÍTICOS NÃO SÃO O OPOSTO DA SOCIEDADE

Por Danilo Rizzo – Na semana passada eu desabafei. Escrevi sobre um dos motivos que me fazem crer que as próximas gerações de brasileiros não viverão num país descente. Sem educação não dá. A falta de educação não nos permite olhar um palmo à frente dos olhos. Um povo sem educação é um povo manobrado, adestrado, egoísta... e burro, por que não?
Cada cabeça, uma sentença, e a minha fica perplexa a cada resultado de pesquisa eleitoral. Há um
Imagem: salgandoeiluminando.blogspot.com
ano, assistimos manifestações populares inéditas, de uma população incomodada, inconformada, que clamava por mudanças. Quem não estava nas ruas, apoiava quem estava. Mas 2013 passou, e o brasileiro se esqueceu de tudo o que aconteceu. Talvez não estejam mais indignados. Talvez não apoiassem as manifestações de fato, mas diziam apoiar para soar politicamente correto. Falsários!!!
A eleição chegou, daquele jeito de sempre, obrigação com carinha de direito, de exercício de cidadania. E o povo, de novo, vai fazer merda. As pesquisas dão o tom de que optaremos para que nada mude. Vamos escolher quem já está no poder, e quem age assim, age porque está satisfeito. Mas eu pergunto, e as manifestações do ano passado? Cada aquela galera toda? Falsários!!!
Para presidente – ou presidanta – nada mudará mesmo. No 2º turno teremos que optar por morrer a pauladas ou a flechadas. E veremos mais um ciclo de quatro anos que, para a população não valerão por um, e para quem está perto das tetas da mãe Brasilia, valerão por uma vida.
Para governador, e vou me restringir a São Paulo que é onde vivo, elegeremos já no 1º turno, o responsável pela maior crise de abastecimento de água da história. Nada mudará por aqui também. Mas confesso que tenho menos dó de mim, do que dos cariocas... vocês já viram quem são os candidatos ao cargo de governador do Rio de Janeiro? Me admira o fato dos votos brancos e nulos não pontearem as pesquisas por lá. Me admira, mas não me surpreende.
Voltando para São Paulo, e eis que o #topfive das intenções de voto para deputado federal são, em ordem aleatória, Maluf, Tiririca, Russomanno, Marco Feliciano e Baleia Rossi. E antes que você cometa o ato falho de dizer que erro ao afirmar que nada mudará, só porque um dos nomes não é uma figura conhecida, saiba que este cidadão é filho do ex-ministro da Agricultura. Filho de baleia, baleia é. Por aqui ainda têm senador que emenda mandato em mandato se vendendo como novidade, e candidato a deputado estadual que trafega com o carro pelo acostamento porque a estrada está congestionada.
Meu pai era uma pessoa humilde, de vida simples, e de poucas, porém dolorosas palavras. Papai dizia, a cada eleição que se avizinhava, que o brasileiro vota em seus semelhantes. E diante disso, só posso concluir que o Brasil é repleto de ladrões, xenófobos, aproveitadores, e palhaços. Eu acrescentaria à lista, mais um tipo de eleitor, o hipócrita. Aquele que saiu às ruas para declarar sua indignação e pedir mudanças, e quando pode enfim ser um agente de mudança se acovarda, se vende, e mostra seu lado falsário. E para esse tipo de eleitor, faço minhas as palavras do professor Clóvis de Barros Filho: “Você jamais veria com bons olhos um peso pesado lutando contra um peso pulga. Maguila contra Toninho palito de dente. Acharia surreal. No entanto, durante as eleições, vê com naturalidade a competição entre candidatos cujas condições de disputa são ainda mais injustas. E o pior, vota no peso pesado, aniquilador dos nanicos, e acredita na ideia de que competem em igualdade de condições, sem perceber a incrível desigualdade do processo eleitoral e, mais, a quem ela é realmente benéfica.”.

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