QUANDO O GRATUITO CUSTA CARO

Por Danilo Rizzo - Há tempos gostaria de falar sobre os jornais gratuitos que são distribuídos em ruas e avenidas das grandes cidades. Na cidade de São Paulo os cruzamentos estão infestados desses verdadeiros agentes de marketing direto, entregando periódicos e mais periódicos, a qualquer um e a qualquer custo.
Sou absolutamente favorável à disseminação de informações, noticias, opiniões, e quanto mais leitores de jornal, melhor. Apoio qualquer ferramenta que melhore o nível cultural da população, mas minha crítica não se volta para os jornais em si, seu conteúdo, mas como eles são distribuídos. Entendo que as pessoas que distribuem os jornais devem ter bonificação por metas cumpridas e que os jornais, por serem gratuitos, faturam com a venda de espaços publicitários, logo, quanto mais leitores, melhor. Tudo isso eu entendo, só não entendo como os ‘marqueteiros’ envolvidos nessa história toda orientam seus promotores.
foto: namargemdela.blogspot.com
E por que critico? Levante a mão quem de vocês nunca presenciou uma situação de quase acidente ou atropelamento envolvendo o ofício desses promotores de jornais gratuitos. Eu posso enumerar diversas situações, e em duas delas o final não foi bom. Numa delas, num dos cruzamentos mais movimentados do bairro onde moro, um VUC atravessou as três faixas da pista, da direita para a esquerda, sem cerimônia, sem seta, só para pegar alguns jornais, o que ocasionou uma colisão imediatamente atrás dele, entre um dos carros que foi fechado pelo pequeno caminhão e o veículo que vinha imediatamente atrás. Noutro momento, a dois quarteirões de onde trabalho, a vítima foi o próprio promotor, que serpenteava entre os carros e foi colhido por uma moto que não tinha como desviar.
Sejamos justos, é claro que a culpa não é somente dos promotores que distribuem os periódicos, os consumidores colaboram e muito. Fechadas, freadas bruscas, carros parados enquanto o semáforo está verde são exemplos do repertório desses maus condutores, que se conseguem falar sobre qualquer assunto da atualidade, já que leem tanto jornal, são reprovados como motoristas. E posso colocar nesse balaio também os responsáveis pelos jornais, porque não? Se são eles que determinam as metas de distribuição e treinam as equipes de rua, são eles também responsáveis, solidariamente, em relação a tudo o que acontece com os promotores, ou em decorrência do trabalho deles.
Pessoalmente não leio jornais impressos, procuro as noticias na internet, nos grandes portais e sites especializados. Nos últimos meses, nem telejornais tenho assistido. O único impresso que ainda folheio é um gratuito, semanal, distribuído em alguns bairros da cidade onde moro, e diferentemente dos periódicos que comentei até então, esse é gentilmente entregue casa a casa. Não porta a porta, já que os entregadores deixam em qualquer lugar, menos na porta. Vou tirar o carro da garagem e lá está o jornal, vou regar as plantas do jardim e bingo. Ainda bem que eles são entregues dentro de um saco plástico. De qualquer forma eu iria sugerir que os ávidos leitores desses jornais gratuitos colaborassem mais com o meio ambiente – e com o trânsito - deixando de consumir periódicos impressos e, assim como eu, consumisse informações, notícias direto da internet. Mas pensando ceticamente, estamos falando de maus motoristas, que claro, o farão em meio ao trânsito... como diriam os mais antigos, seria trocar seis por meia dúzia.

Comentários

  1. Entendo o ponto de vista, mas acredito que as pessoas que passam horas se deslocando no transporte publico aproveitam o tempo para se manterem informados....

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