ESTOU CANSADO

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Por Danilo Rizzo - Não sei se todos acompanham o noticiário esportivo internacional com tanta frequência, mas para os que não leram a respeito, o jogador grego Giorgos Katidis foi banido da seleção de seu país após comemorar um gol fazendo a ‘saudação romana’.
A chamada ‘saudação romana’ consiste no braço direito erguido e punhos cerrados ou não, criada por membros do partido fascista italiano na década de 1920, utilizada por Benito Mussolini e popularizada por Adolf Hitler na 2ª Guerra Mundial e utilizada desde então, largamente, por líderes comunistas, socialistas, ativistas, entre outros.
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Pois bem, a manifestação de Katidis foi imediatamente identificada como uma saudação nazista, justificativa utilizada para bani-lo da seleção grega, e o caso de ser levado a FIFA para a discussão do banimento do atleta do futebol profissional. Pelo twitter, o jogador do AEK Athens disse que abomina o fascismo, que não sabia que aquela saudação significava algo e não a repetirá. Cada uma aceite ou não essa explicação. 
Mas nessa história toda, o que mais me chamou a atenção não foi a história em si. Sobre a atitude de Katidis penso que vivemos num mundo ‘livre’ e faz parte respeitar as manifestações de crença e ideologia, desde que não haja ato violento, por mim tudo bem. O que mais me impressionou foi a repercussão, mais precisamente a condenação pública desse atleta, que por seu gesto, foi quase igualado aos mais fodásticos criminosos de guerra. 
Li e escutei comentários aqui, ali, acola, de pessoas retas e outras cuja opinião e caráter são duvidosos, e comecei a me incomodar com o peso que as pessoas dão aos atos isolados. 
Sem citar nomes, proponho fazermos um paralelo. Muitos dos que execraram o atleta grego se declaram noutros tempos, favoráveis, por exemplo, ao aborto de fetos saudáveis porém ‘indesejados’, e convenhamos, todos nós conhecemos alguém que já incentivou o aborto desses ‘indesejados’ a amigos e membros da família. Nesse momento vocês devem estar procurando o fio condutor da história que estou contando, Correto? Portanto, vamos à explicação. 
Sob o comando de Hitler, entre 1933 e 1945 o exército nazista matou cerca de 40 milhões de pessoas entre judeus, polacos, russos, homossexuais, testemunhas de Jeová, dissidentes políticos e desertores. Muita gente, não é? E que espantoso nem todos serem judeus como os próprios judeus pregam! Já em relação ao aborto, tema defendido por alguns do ‘juízes’ que condenaram Giorgos Katidis, um levantamento feito em 2007 em 97 países que representam 66% da população mundial, da conta que são realizados 126 mil abortos no mundo todos os dias, de 46 a 55 milhões por ano, e desses, cerca de metade [23 a 27 milhões] é interrupção de gravidez indesejada, abortos feito ilegalmente de forma física (através de intervenção) ou com uso de remédios, e sem condições adequadas. Se extrapolarmos essa conta para um período de 12 anos (como o período de Hitler), temos 'apenas' 276 milhões de serem humanos mortos enquanto fetos. Trocando em miúdos, as mesmas pessoas que condenaram o jogador por ter feito uma saudação relacionada ao nazismo (e vimos que historicamente a ‘saudação romana’ foi utilizada para diversos fins), elevaram-no quase ao status de criminoso de guerra e estão em vias de bani-lo do futebol, se declararam a favor do aborto? Desculpem minha burrice, mas só posso tirar uma conclusão de tudo isso, que matar milhões de inimigos de guerra (e guerra é guerra) é um ato mais desumano que exterminar fetos! Estou cansado desse medo, da constante renovação do mau chamado nazismo. Esse medo cega o senso comum e nos faz acreditar, por exemplo, que as crueldades de Hitler e cia são mais relevantes que as cometidas com nossos filhos, fetos.

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